segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 206-207; 214-217. III - INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1 Co 12.10) E alguns outros DONS Espirituais que todos podemos receber... E vídeo sobre os Frutos...

 Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 7. pag. 206-207; 214-217.
III - INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1 Co 12.10)
1. Definição do dom.
Já vimos que o dom de línguas propicia mensagens de edificação para quem o possui e que, para a edificação da igreja, necessita de interpretação. E isso é possível, através do dom de interpretação de línguas. Essa concomitância, entre os dois dons não havia no Antigo Testamento.
1. O QUE É O DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS
O pastor Antônio Gilberto ensina que “É um dom de manifestação de mensagem verbal, sobrenatural, pelo Espírito Santo. Não se trata de “tradução de línguas”, mas de “interpretação de línguas”.13 O dom de línguas prescinde do dom de interpretação de línguas, para que seja útil para a edificação da igreja. Paulo deu precioso ensino à igreja de Corinto sobre o uso dos dons. Ao que parece, o dom de línguas era muito usado, mas sem o necessário equilíbrio espiritual e emocional.
Esse dom deve andar lado a lado com o dom de línguas, no seio da igreja cristã. São “dons geminados”. Gordon Chown diz que “A interpretação é tão milagrosa quanto a própria Língua — e isto quer dizer que quem possui o Dom de Línguas não vai procurar decifrá-la com a mente, mas sim, pede e recebe a Interpretação da mesma fonte divina de onde surgiu a Língua”.14 Isso não quer dizer que o dom de interpretação de línguas é outro tipo de dom de profecia.
A profecia é autossuficiente em sua ação para quem a ouve. O dom de interpretação de línguas depende da mensagem em línguas, para que tenha eficácia.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 68.
Interpretação das línguas
    O dom de interpretação de línguas é o único cuja existência ou função depende de outro dom - a variedade de línguas. Consequentemente, não havendo o dom de variedade de línguas, não pode haver a interpretação de línguas.
    “Interpretação” aqui não é a mesma coisa que tradução. A interpretação geralmente alonga-se mais que a simples tradução.
    Vale a pena ressaltar a importância de nos precavermos dum ensino aritmético quanto aos três dons de inspiração, muito comum nos nossos dias, a ensinar que línguas + interpretação é = a profecia. É evidente que são muitos os riscos a que está sujeito este ensino.
    Partindo do ensino de Paulo de que “...quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus..." (1 Co 1.4.2), “...mas o que profetiza fala aos homens” (1 Co 14.3), temos de aceitar que é Deus quem fala através do profeta à congregação. Assim o ensino de que línguas + interpretação é = a profecia não se harmoniza com o ensino de Paulo, pelas seguintes razões:
    a) - Quem fala em outra língua, fala a Deus. A direção da fala é vertical, homem - Deus: sempre no sentido de baixo para cima e nunca de cima para baixo.
    b) - Ainda que não seja uma tradução palavra por palavra, a interpretação tem de se manter fiel à língua estranha falada, tanto no seu conteúdo quanto na sua direção, pois é de se esperar que a interpretação continue sendo o homem falando com Deus.
    c) - Partindo do princípio de que profecia é Deus falando a alguém (Deus - homem), de cima para baixo e nunca de baixo para cima, há grande diferença de direção entre o dom de profecia e o de línguas e a interpretação de línguas.
    Este ensino, sincero sem dúvida, mas que não se apoia nas Escrituras, deve ter surgido devido ao fato de haver muitos elementos comuns entre o dom de interpretação de línguas e o dom de profecia. Por haver peculiaridades comuns a ambos esses dons, não implica em que eles sejam absolutamente iguais quanto à sua maneira de manifestação.
    O dom de interpretação de línguas revela o poder, a riqueza, a soberania e a sabedoria de Deus. Por certo que este dom não implica em que haja algum tipo de conhecimento do idioma por parte do intérprete.
    A interpretação de línguas é em si mesma um dom tão miraculoso quanto o é o próprio dom de variedade de línguas.
Raimundo F. de Oliveira. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD.
I Cor 14. 27. Línguas privadamente faladas não são incluídas nestas instruções paulinas. Um crente pode falar em línguas consigo mesmo quanto tempo quiser, quando ele sentir a necessidade de tal louvor de sua alma a Deus. Na igreja, entretanto, mesmo quando se encontra presente o intérprete, Paulo limitava tal exercício a duas pessoas, ou quando muito, a três. Mas essa regra não parece tão severa quando verificamos, no vigésimo nono versículo, que ele estabelece o mesmo regulamento para os profetas.
Portanto, Paulo não subestimava as «línguas interpretadas»; antes, situava-as em pé de igualdade com a profecia, pelo menos no que concerne ao número de pessoas envolvidas em cada reunião. A passagem de 1 Cor. 14:5 parece indicar um total pé de igualdade entre a profecia e as línguas interpretadas, porque, nesse caso, a «edificação» é dada através das línguas.
No entanto, o vigésimo segundo versículo deste capítulo parece indicar que Paulo favorecia a profecia acima das línguas interpretadas. Devemos meditar que Paulo, ao assim instruir aos crentes, não «apagava ao Espírito» (ver I Tes. 5:18-20), conforme alguns o têm acusado; porque há limite às instruções que alguém pode absorver numa única reunião.
Outrossim, precisamos reconhecer que há limite para o «período de atenção» de qualquer indivíduo, embora alguns possam estender por mais tempo esse período. Um culto exageradamente longo pode resultar em dano. Não seremos ouvidos por muito falar.
A necessidade de intérprete também elimina qualquer possibilidade de dois ou três falarem em línguas ao mesmo tempo, porquanto isso criaria total confusão, visto que, nesse caso, um mínimo de quatro pessoas estaria participando do culto, ao mesmo tempo. O dom de interpretação de línguas mui provavelmente é mais raro que o do falar em línguas, e bastaria essa raridade para limitar a atividade das línguas; sem a interpretação, em uma igreja que estivesse obedecendo às instruções de Paulo à risca, não se ouviriam línguas. Somente nas ocasiões em que intérpretes «bem conhecidos», «experientes» e «comprovados» estivessem presentes é que seriam exercidas as línguas. E, nessas ocasiões, dois ou três poderiam usar o dom de línguas.
O fato de que as línguas podem e devem ser assim limitadas, mostra-nos que esse dom também é controlado pela inteligência, sobre quando deve ser exercido; pois, do contrário, Paulo não teria podido estabelecer qualquer regra, e nem alguém seria capaz de antecipar como o Espírito de Deus pode mover homens a falarem «involuntariamente».
«...sucessivamente...» Paulo proíbe o falar em línguas em massa, todos ao mesmo tempo, mas apenas uma pessoa de cada vez. Cada qual teria sua oportunidade; e isso é uma outra evidência que as línguas são controladas pela inteligência, pelo menos usualmente; caso contrário, como poderia um homem, que estivesse prestes a irromper em línguas, refrear-se de modo a não interferir na manifestação de outrem?
I Cor 14. 28. Não há que duvidar que essa era a instrução mais difícil de ser obedecida que Paulo apresentou aos coríntios; seja como for, porém, certamente foi difícil eles abafarem suas atitudes de vangloria, no uso desse dom, a fim de obedecerem às injunções apostólicas, em qualquer aspecto dessas instruções. A menos que esteja presente um intérprete, as línguas não devem ser usadas na igreja. Isso não impediria o largo uso desse dom, em casa; pois, nesse caso, a alma do crente pode ser edificada, e Deus pode ser glorificado, mesmo que a mente nada aproveite em seu entendimento. Mas, visto que a «edificação» é a razão mesma pela qual os dons espirituais existem na igreja, as línguas devem ser limitadas a fim de atender a essa exigência; e só poderão fazê-lo quando acompanhadas de interpretação.
No original grego, a gramática é um pouco obscura aqui, parecendo dar a entender que o intérprete deve manter-se calado; mas devemos compreender aqui a existência de um sujeito oculto, na frase. Assim sendo, o que se entende da frase grega é que, não havendo intérprete, «...aquele que fala em línguas deve...» permanecer calado.
«...falando consigo mesmo...» No original grego, encontramos aqui uma expressão enfática. O crente fala apenas para «si mesmo», comungando com o Senhor em seu coração, como que em êxtase, sem a necessidade da presença de um intérprete. Mas essa «comunhão» não deve ocorrer nos cultos públicos, como se um indivíduo, arrebatado em êxtase, se separasse do resto da congregação para ter o seu culto particular. Antes, tal exercício deve ser feito somente em casa. Embora outra coisa possa ser compreendida, essa é a única forma de instrução que faz sentido. Os cultos públicos visam a edificação da congregação inteira, e com essa finalidade é que devem ser efetuados. Essa mesma forma de falar em línguas, em voz alta, para o próprio indivíduo, faz parte inerente do significado do próprio verbo, que significa «falar audivelmente», ou, pelo menos, esse é o seu sentido quase exclusivo. No dizer de Findlay (in loc.): «A instrução de falar no coração, sem ruído, seria contrária ao sentido do verbo ‘lalein’ (falar), e, de fato, contrário à natureza de uma ‘língua’».
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 4. pag. 227-228.
a) A regra da edificação (14.26). A primeira diretriz de Paulo era: Faça-se tudo para a edificação. Quando os coríntios se reuniam para adorar a Deus, cada parte do culto deveria contribuir para a edificação da igreja. O Salmo (hino), a doutrina (ensinamento cristão), a língua (alguma expressão em uma linguagem que não era geralmente conhecida), a revelação, a interpretação da língua - tudo deveria ter o propósito de fortalecer a igreja.
b) Somente dois ou três deveriam ter permissão de falar (14.27a). Paulo coloca um limite no número de pessoas que teriam permissão para falar em línguas estranhas em qualquer reunião pública. Faça-se isso por dois ou, quando muito, três. Tal restrição eliminaria a confusão e a frustração que poderiam ocorrer se a maior parte do culto fosse dedicada a tais atividades.
c) Devem falar um de cada vez (14.276). Além do limite do número de pessoas que podiam falar em línguas, estas deveriam falar uma de cada vez. Esta restrição iria eliminar a confusão gerada por várias pessoas falando ao mesmo tempo em um culto público.
d) Deve haver um intérprete (14.27c-28a). A terceira regra de Paulo era: E haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja. Tudo aquilo que é dito em línguas estranhas deveria ser acompanhado por uma interpretação. De acordo com Morris, esta restrição “nos mostra que não devemos pensar que as línguas’ eram o resultado de um irresistível impulso do Espírito Santo que levava os homens a fazer um discurso em êxtase e desorganizado. Se eles preferissem, poderiam manter silêncio, e isso é o que Paulo os instruiu a fazer em certas ocasiões”.
Donald S. Metz. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 353.
I Cor 14.27,28 Em vista disso Paulo intervém estabelecendo a ordem. De imediato destaca novamente o ponto de vista que não é determinado por um princípio de ordem como tal, mas pelo amor. “Seja tudo feito para edificação.” Que a igreja seja edificada, essa é a única coisa que importa, a esse objetivo é que tudo precisa servir e levar. Na sequência Paulo fornece instruções diversas para esse fim, começando com os que “falam em língua”. Ao que parece, eles eram em maior número e haviam ocupado o espaço principal em Corinto, orando também ao mesmo tempo. Paulo não os exclui do culto da igreja quando existirem ―intérpretes‖, um ―tradutor‖. Contudo também nesse caso devem ser no máximo “dois ou quando muito três”, e devem orar um após o outro. Se não houver intérprete “fique calado na reunião (o que fala em línguas)”. Então o silêncio oculto de sua vida de oração deve ser o lugar em que ele “fala consigo mesmo e com Deus” e ―a si mesmo se edifica‖ (v. 4).
Werner de Boor. Comentário Esperança Cartas aos I Corinto. Editora Evangélica Esperança.
2. Há diferença entre dom de interpretação e o de profecia?
Como é óbvio o que o nome diz, a finalidade principal é a interpretação da mensagem, transmitida à igreja, através do dom de línguas. No culto pentecostal, deve haver sabedoria e humildade no uso dos dons. Não é comum haver quem tenha os nove tipos de dons. Normalmente, o Espírito distribui “a cada um como quer”. Quanto mais dons houver numa igreja local, maior será sua edificação espiritual. A Palavra de Deus é a fonte primária e mais importante para a edificação do crente. Mas, como vimos, os demais dons também contribuem para a edificação da igreja.
Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag.69.
INTERPRETAR, INTÉRPRETE O substantivo
"intérprete" (gr. diermeneutes, a pessoa que explica totalmente ou interpreta) é usado no NT apenas em 1 Coríntios 14.27,28. O verbo dessa raiz ocorre em 1 Coríntios 12.30; 14.5,13,27. No cap. 14, Paulo instrui que o falar em línguas em uma assembleia da igreja deve ocorrer de uma maneira ordeira, mas somente quando houver um "intérprete" presente, pois somente então isso será edificante. Aquele que fala em línguas deve orar para que ele mesmo possa interpretar (v.13). Um dos propósitos do dom de línguas era que um inconverso pudesse ouvir a mensagem em seu próprio idioma, como aconteceu com aqueles que estavam presentes no Pentecostes (At 2.8), e depois ouvi-la interpretada por um outro que não conhecesse aquela língua. Isto seria, portanto, um milagre duplo, contudo um milagre que correspondesse especificamente ao ouvinte. Veja Línguas, Dom de; Dons Espirituais. O termo gr. hermeneuo e seu composto me-thermeneuomai podem ser entendidos como interpretar traduzindo de um idioma para outro (por exemplo, Mt 1.23; Jo 1.38,41, 42). Na época de Esdras, os decretos reais eram traduzidos (meturgam, Ed 4.7), e as traduções aramaicas com exposições das Escrituras Hebraicas tornaram-se conhecidas como os Targuns ou Targumim. Em 2 Pedro 1.20, a palavra para "interpretação" é epilusis, libertar ou revelar. Interpretar as Escrituras não é uma questão relacionada à opinião própria ou particular de uma pessoa.
No AT, José atuou como um intérprete (do heb. pathar) de vários sonhos (Gn 40-41). Daniel convenceu Nabucodonosor de sua habilidade, dada por Deus, de fornecer a interpretação (aram. p'shar) ou a explicação do sonho do rei, primeiramente dizendo ao rei o que este viu no sonho (Dn 2.5-45). Posteriormente, Daniel revelou a interpretação do sonho de Nabucodonosor da grande árvore que havia sido derrubada (4.8-27), e da escritura na parede do palácio de Belsazar (5.12-28). A palavra pesher, "interpretação" (Ec 8.1), tornou-se o termo padrão para as explicações, ou comentários, dos livros canónicos do AT pelos membros da comunidade de Qumrã. Veja Rolos do Mar Morto.










Bibliografia: 

1 VINE, W. E. et al. Dicionário Vine, p. 248.
2             Ibid., p. 902.
3             CARLSON, G. Raymond. Dinâmica espiritual, p. 133.
4 CHOWN, Gordon. Os dons do Espírito Santo, p. 90.
5 SHERRIL, John L. Eles falam em outras línguas, p. 117-118.
6             A mansão inacabada, deTopeka, foi apelidada de “A Tolice de Stone”, pelo fato de seu dono não ter conseguido concluí-la. Depois, a construção foi vendida, e Seymour teve que alugar outro local, à Rua Azuza, 312, Los Angeles.

7             CARSON, G. Raymond. Dinâmica espiritual, p. 131.
8             BERGSTÉN, Eurico. Teologia sistemática, p. 114.
9             Ibid., p. 114.
10           CHOWN, Gordon. Os dons do Espírito Santo, p. 79.
11           DUBOIS, Jean-Jacques. Espírito Santo: batismo e plenitude, p. 01.
12           Ibid., p.12
13           GILBERTO, Antônio. Pneumatologia - A doutrina do Espírito Santo, Teologia Sistemática Pentecostal, p. 198,199.


14           CHOWN, Gordon. Os dons do Espírito Santo, p. 81.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ore Pela Igreja Perseguida: